Like: Um botão que causa furor nas redes. Vou propor uma análise de dois aspectos que envolvem esse quase tabu.
Sob o ponto de vista empresarial, o botão curtir nas redes tem a mesma importância que aquela promessa sincera que o cliente faz ao vendedor dizendo que já volta pra fechar a compra. É uma conquista para a empresa. Mas temos que analisar os critérios de qualidade. Uma campanha usando a ferramenta de anúncio do Facebook deve ter um filtro bem feito para conseguir clientes interessados em sua empresa, ou seja, clientes que tragam melhores oportunidades de negócio. Clientes que ajudem a construir a tão sonhada comunidade da marca. Porém o estigma da credibilidade só aparece quando a empresa, na visão do público em geral, tem muitos “curtidores”. É com esse propósito que as empresas fazem campanhas genéricas, com concursos culturais, etc. O problema é quando se esquecem de mudar a estratégia e a qualidade da “curtição” e a taxa de conversão é muito baixa.
Como abordei na coluna anterior, ter um cliente que curte sua página é ter um potencial reclamador. Portanto é importante que a empresa saiba absorver essa demanda e não faça como muitas fazem e apagam as mensagens de reclamação para deixar o mural somente com informações do bem.
Mas porque as pessoas curtem uma página?
Basicamente o botão curtir veio para resumir e facilitar a criação do universo que define as pessoas de modo geral. É um organizador de gostos e modos de vida. Curtimos nossas bandas favoritas, nossos atores e atrizes, nossos comediantes, nosso senso de humor e nossas marcas favoritas em busca de uma promoção esperta e exclusiva. Quem entra em nossa timeline depois tem um retrato daquilo que somos através dessas interações.
Outro dia, li um post de um amigo de amigo que falava sobre educação. Quis comentar dizendo que concordava e explicando meu ponto de vista sobre o que tinha apontado. Porém, não gostei do texto e acabei apagando tudo. Por preguiça, resumi tudo o que queria dizer apertando o botão curtir. Pronto, estava liberado para ver outra coisa e continuar meu trabalho. Daí, fiquei pensando sobre o que tinha acabado de fazer e me dei conta de que eu larguei mão de uma comunicação eficiente que poderia me render um aprendizado ou troca de experiência mais aprofundada, por apenas ser mais um nome na lista de curtidores. Isso me mostrou o quão ruim pode ser abrir mão de uma comunicação rica e participativa.
Minha sugestão para os que curtem as páginas das empresas é que além de curtir que interajam com ela dando o feedback necessário sobre as ações. Essa comunicação efetiva é a base para a transformação dos processos de melhoria no qual todos ganham.
Falando nisso, você já curtiu a página da ScoreMedia?
Carlos Vidigal é diretor da Ciclope Treinamentos e Consultoria, Professor da FGV e amante das interações digitais.
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