As empresas que entendem as mídias sociais são as que dizem com sua mensagem: “te vejo, te escuto e me importo” – Trey Pennington
Não muito tempo atrás, algumas marcas utilizavam de seu caráter tradicional como desculpa para não aprimorar sua presença na internet. Um site institucional era tudo o que bastava. Mas as coisas mudaram rápido, e hoje tradição já não é mais justificativa para estagnação no tempo e na tecnologia. São as marcas mais conhecidas, aliás, que abrem caminho e criam padrões para as novas mídias, tais como as mídias sociais.
Um exemplo disso é a bala Halls, que transformou sua fanpage em sua principal imagem online – ao digitar o endereço do site institucional no navegador, somos automaticamente direcionados para a fanpage. Isso porque, apesar da liberdade de diretórios e possibilidades que um site institucional proporciona, a empresa percebeu que os hábitos e costumes do seu público alvo eram outros. As pessoas passam mais “tempo livre” conectados à internet por meio de celulares e gadgets do que aos computadores desktops, e isso afeta diretamente o tipo de conteúdo que visualizam – afinal, a navegação em celular é praticamente voltada às redes sociais. Sendo assim, quantos acessos a mais o seu conteúdo teria se, ao invés de ficar escondido numa url isolada, ele estivesse disposto na timeline dos usuários?
Outras empresas, como a Editora Intrínseca também adotaram essa medida. A mudança é ousada e condizente com o cenário atual – segundo pesquisas publicadas no final de 2010, os sites se tornarão cada vez mais irrelevantes. Porém, é bom lembrar que o tal “cenário atual” é extremamente mutável. Em 2009, por exemplo, a grande novidade era o Twitter – e hoje, embora ele ainda esteja firme e forte, a atuação via microblogging já não é interessante para toda e qualquer marca. Vale, na hora de traçar a sua estratégia de inserção nas mídias sociais, pensar sobre os seus objetivos, sobre quais meios casam melhor com eles, e quais os riscos você está disposto a correr.
Mas nem toda a abordagem precisa ser tão intensa. A fanpage, como já citada, não precisa e nem deve nascer, imediatamente, para substituir o site institucional. Mas, se o seu objetivo é criar buzz para o seu conteúdo, ela precisa nascer. Além da conexão direta com a stream de notícias de interesse do usuário, a fanpage tem outras vantagens e peculiaridades que acrescentam valor à sua marca. Primeiramente, é criado um canal direto de comunicação com o público – na era das redes sociais, é muito mais instintivo aos usuários, consumidores e indivíduos, no geral, expressar sua opinião via redes sociais. Após consumir um produto, conhecer um estabelecimento ou ter a primeira impressão de sua marca, tornou-se costume deixar uma mensagem na respectiva fanpage, contanto sobre a experiência. Para essa geração que entra em formação agora, não há nada que dê mais mérito à marca do que o respeito pelos clientes – e nos dias de hoje, isso significa, como na frase lá em cima, ouvir o que eles têm a dizer, aceitá-los como vozes relevantes, dar uma resposta, e trabalhar para que esse diálogo dê frutos.
Isso tudo não vale apenas para grandes marcas, mas também para novos negócios, agências de comunicação, bares, e-commerce, entre outros. Com a grande vantagem de que a inserção nessa mídia é gratuita e, mesmo os anúncios pagos, são mais baratos do que nas mídias convencionais. No caso de lojas virtuais, a fanpage também pode funcionar até mesmo como plataforma direta para as compras. Na página oficial do grupo Florence and the Machine, por exemplo, está inserido o Flotique – a Boutique da Florence, onde a cantora vende camisetas, agasalhos, entre outros itens do merchandising oficial. Outro exemplo é a loja “Little Princess”, mantida por uma boa amiga minha – a iniciativa é exclusivamente online, e não há loja fora do Facebook. A página abriga um aplicativo “galeria-loja”, que é ligado ao serviço Paypal. De acordo com ela, a principal vantagem é que, como a iniciativa está no começo, ela não precisa se preocupar em gastar com hospedagem, programação de site, entre outras ações.
As mídias sociais não substituem nenhuma das etapas do trabalho de uma empresa. Elas não inutilizam cargos ou automaticamente invalidam uma estratégia. É importante ressaltar isso para que o velho “medo do novo” não atrapalhe a inserção de uma marca num meio que é tão frutífero na atualidade. Elas são uma chance de ampliar horizontes, alcançar novos públicos e fazer conhecida a identidade da sua empresa. O Facebook é apenas a central de agrupamento – há um mundo de possibilidades na social media, com formatos e resultados diferentes. Portanto, a inserção é para ontem, mesmo que gradativa. E fica a dica: sem perder de vista os objetivos.